sexta-feira, 18 de julho de 2008

Bento XVI visita túmulo da primeira beata da Austrália

A Igreja australiana tem um modelo de vida cristã ao qual inspirar-se e Bento XVI o indicou significativamente no início de sua primeira atividade pública, detendo-se em oração diante do túmulo da Irmã Mary MacKillop, a primeira bem-aventurada do país."

Suas iniciativas em defesa daqueles que eram tratados injustamente e o exemplo prático de santidade tornaram-se fonte de inspiração para todos os australianos", disse o Papa a respeito da religiosa.

"As Gerações têm razão de ser grato a ela". O Papa recordou que a Irmã Mary MacKillop foi beatificada por João Paulo II em janeiro de 1995 - como "um das mais notáveis figuras" na história da Austrália."Parece-nos particularmente apropriado comemorar a Jornada Mundial da Juventude aqui, uma vez que a Igreja na Austrália, assim como sendo a mais jovem de qualquer continente, é também um dos mais cosmopolitanas", disse Bento XVI.

"Desde o primeiro assentamento europeu aqui no século XVIII, este país tornou-se uma casa não apenas para gerações de europeus, mas para as pessoas de todos os cantos do mundo".

O Papa destacou que "devido ao grande número de tradições religiosas existentes na Austrália, isso é particularmente fértil para o diálogo ecumênico e inter-religioso". Disse, ainda, que está preenchido com "confiança para o futuro da Igreja e do futuro do mundo". Após as boas-vindas na cerimônia, o Santo Padre visitou a Capela Mary MacKillop, em North Sydney, e na ordem das freiras que ela fundou.


Quem foi Irmã Mary Mackillop?
Foi em primeiro lugar uma mulher corajosa. Uma mulher enérgica, moderna ao seu afrontar as dificuldades da vida, apesar da sua parábola existencial se inserir na segunda metade do Séc. XIX.

Primogênita de escoceses transferidos para o interior de Melbourne, viveu uma existência modesta e aos 18 anos recebeu seu primeiro encargo de professora no Estado do Sul da Austrália.

Aquele trabalho abriu-lhe um horizonte que o encontro com um sacerdote _ Pe. Tenison Woods _ lhe permitiu transformar numa obra extraordinária. Mary Mackillop tornou-se a primeira de um grupo de professoras sem remuneração. Ela, e as jovens que logo depois a seguiram, ensinavam as crianças pobres, gratuitamente.

Matérias culturais e o Evangelho.A obra tornou-se um Instituto religioso, o das Irmãs Josefinas.
O bispo o aprovou em 1868, mas Mary MacKillop já abrira uma segunda escola em Adelaide. Era incansável.

Viajava a cavalo de um lugar para outro percorrendo as abissais distâncias australianas.Uma vez viajou à noite para assistir a uma irmã que estava morrendo.

Numa ocasião atirou-se num rio revolto que estava para arrastar uma criança. Em outra ocasião adotou uma criança abandonada.Como acontece muitas vezes, o seu zelo e a sua coerência cristã fizeram emergir contrastes, ciúmes inconfessáveis.

Maria da Cruz, este o seu nome de religiosa, foi hostilizada, também com acusações infamantes, que lhe custaram a excomunhão. Irmã Mary obedeceu, docilmente, e a verdade veio à tona.

O bispo retirou a excomunhão, desculpando-se com a religiosa, que projetou uma viagem a Roma: em 1873 foi recebida por Pio IX. Leão XIII aprovou, em 1883, a Regra de seu Instituto. Irmã Mary tinha 46 anos e o Instituto por ela fundado se fez presente também na Nova Zelândia.

Com os passar dos anos e o desgaste de uma vida vivida sem poupar energias, a saúde de Irmã Mary se deteriorou. Seu coração _ que se tornara uma casa para tantos jovens australianos sem casa e sem meios _ cedeu, vindo a falecer no dia 8 de agosto de 1909; e em 1995, durante a sua viagem à Oceania, João Paulo II a proclamou bem-aventurada. Hoje, Irmã Mary revive nas 900 irmãs que seguem suas pegadas. O grupo mais numeroso de religiosas encontra-se na Austrália, mas se estende até o Peru.

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